domingo, 1 de julho de 2007

"No tempo da minha infância, éramos amigos de um guarda-chuveiro. Consertava varetas e trocava panos o seu Antonio (eu-menino nunca compreendi porque aquele pano não se encharcava todo). Hoje em dia, mal a garoa nos surpreende, alguém oferece um guarda-chuva novo, por cinco reais ou menos. Talvez, este que vive com pouco, seja um dos últimos da sua profissão"
Texto de Mário Rui Feliciani, fotografo, na exposição "... e um pouco das pessoas". Na foto seu Antonio consertando guarda-chuvas.
Mecânicos de Guarda-chuva” nasceu inspirado no fanzine “Quando o Amor Acaba...*”. Da mesma forma que ele, viemos falar das coisas que acabam. Como nosso amigo guarda-chuveiro, que na modernidade vê sua profissão acabar-se, pensamos ser como mecânicos de coisas pouco valorizadas, tidas hoje como arcaicas. Insistimos em falar e acreditar nas coisas que passam, as idealizamos, eternizamos; como esculturas prolongamos sua existência. Na verdade, tratamos aqui de eternizar nossos desejos; não é puro delírio, nem romantismo involuntário. Esse é nosso espaço de querer.
Não deixamos de indagar o caos, nem debochar da seriedade das piadas da vida. Aproveitamos para esvaziar a mente do tormento, e dividi-lo. Choramos as ilusões perdidas, os planos desgraçados, lamentamos, fracassamos. O mais curioso é perceber a cada entrelinha um pouco de esperança, mergulhada em desespero bem verdade, mas que torna tão interessante esse movimento de ilusão e criatividade.
Vamos todos juntos.
Seja Bem vindo(a).

* Quando o Amor Acaba... é uma publicação independente de pessoas que tem amor pela literatura e as artes.

3 comentários:

Sâmia disse...

coragem!

Anônimo disse...

Abraço. Felizes letras
Mario Rui Feliciani

Davi disse...

uahu, olha o homem ai...
super legal...tri como dizem por lá.